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domingo, 2 de outubro de 2016



O surgimento e a rápida evolução das tecnologias de informação e comunicação (TIC) ocasionaram transformações e possibilidades para todos os âmbitos da sociedade. No contexto educacional, essas tecnologias estão sendo cada vez mais utilizadas, criando oportunidades para mudanças nas relações de ensino e aprendizagem, “mais personalizadas, sociais e flexíveis” (Valente, 2007, p. 84).
Os weblog (palavra composta por web, que significa página na internet, e log, que significa diário de bordo) surgiram nos anos 90 e hoje são conhecidos simplesmente como blogs. Gomes e Silva (2006) afirmam que “é comum encontrar na bibliografia referências que atribuem a criação do primeiro weblogue a Tim Berners Lee, o criador da web” (p. 290). Os autores ainda ressaltam que o termo weblog, apesar de não haver um consenso, teria sido cunhado por Jorn Barger por volta de 1996.
Blog, Weblog ou blogue, pode ser definido como um diário eletrônico, sempre atualizado, cujos posts ou conteúdos são normalmente curtos e abrangem assuntos muito variados. Além disso, mesclam diferentes semioses como som e imagem. Inicialmente, o gênero caracterizou-se por uma experiência pessoal, mas hoje se encontram, por exemplo, blogs coletivos criados por pessoas que têm algum interesse em comum. Baltazar e Aguaded (2005) ressaltam que um “aspecto interessante deste instrumento é precisamente a forma como impulsiona a comunicação entre indivíduos com os mesmos interesses” (p. 1).
O blog educacional pode ser considerado como um espaço eletrônico individual ou coletivo próprio para se partilhar informações, ideias, opiniões, materiais e referências. Um espaço destinado à leitura e produção de pequenos textos que podem ser comunicados, questionados e comentados por outros leitores. Esse gênero pode ser adotado por alunos ou professores, de diferentes disciplinas, nos ensinos Fundamental, Médio e Superior (Carvalho et al., 2006).
Silva e Albuquerque (2009) elencam cinco categorias de blogs educacionais: blog de professores, utilizado para publicar orientações, textos, vídeos, imagens, animações, referências bibliográficas ou links; blogs de alunos, que funcionam como portfólios reunindo suas produções que são utilizados pelos professores como instrumentos de avaliação; blogs de instituições educativas, voltados à divulgação do trabalho desenvolvido e à autopromoção; blogs de projetos educativos, destinados à produção e socialização de conhecimentos sobre temas específicos; e blogs de grupos de pesquisa, que são como ‘colégios invisíveis’ reunindo pessoas de comunidades científicas diversas para interlocução, articulação de suas pesquisas, divulgação, análise de resultados e avaliação de textos
De acordo com Xavier (2007), as novas tecnologias de comunicação influenciam o processo de ensino/aprendizagem, o que nos leva, no mínimo, a refletir sobre o fato e a buscar novas práticas. Escola e sociedade não devem caminhar separadamente. Assim, com o uso cada vez mais frequente de novas tecnologias, os educadores devem pensar em como utilizá-las em sala de aula. Muitos pesquisadores já perceberam o potencial do blog como uma ferramenta de ensino/aprendizagem (Lewgoy e Arruda, 2003; Downes, 2004; Williams e Jacobs, 2004; Martindale e Wiley, 2004; Baltazar e Aguaded, 2005; Carvalho et al., 2006; Gomes e Silva, 2006).
Após uma pesquisa de campo realizada em novembro de 2002 e maio de 2003 com alunos e professores, por SERRANO e BARBOSA (2005) foi constatado que a ferramenta:
1. Facilita a interação necessária para construção do conhecimento, por mediar as relações entre os alunos. Sob o ponto de vista da colaboração, a ferramenta permite que a aprendizagem ocorra a partir do momento que os alunos passam a participar ativamente do processo, como parceiros entre si e com o professor;
2. Viabiliza ao professor montar uma estrutura que estimula a curiosidade, levando o aluno a realizar uma análise para posterior síntese, concretizando a construção de um material coletivo que, uma vez trabalhado em aula, resulta em um produto conjunto com elevado conteúdo, justamente pela interação propiciada;
3. Permite que o aluno confronte diretamente a questão, estimulando a relação de causa e efeito, ou seja, o aluno faz por si os caminhos que o levam à reflexão e que podem conduzi-lo a uma etapa superior do conhecimento. O aprendizado mais poderoso é o que vem da experiência direta (Nonaka e Takeuchi, 1997), onde as pessoas compartilham experiências e, consequentemente, modelos mentais. A externalização dos conceitos aprendidos aconteceu, em primeira instância com a ferramenta e, em segunda, em sala de aula, onde o aluno teve a oportunidade de estruturar conceitos, fazer analogias, rever modelos mentais e fazer generalizações, a parte mais importante da apreensão do conhecimento, de forma que, no futuro, ele possa usar este conhecimento em função de cada situação com a qual se depare;
4. Funciona como um veículo de informação e para informação, isto é, além das instruções contidas para execução das atividades, a possibilidade da inserção de links direciona o aluno para a pesquisa de maneira ordenada, o que reduz a ocorrência de desvios na navegação, gerando um maior aproveitamento do tempo destinado ao estudo on-line. Tais fatores ficaram evidenciados no uso da ferramenta em função da qualidade das discussões em sala e profundidade dos trabalhos produzidos
Para verificar o passo a passo de como construir um blog acesse o link <http://www.esarganil.pt/Documentos/CTIC/como_criar_um_blog.pdf>
Criar um blog não é uma tarefa fácil, principalmente para mantê-lo. O criador terá problemas com templates e códigos errados, precisa se preocupar com a atualização com novos posts.
Não é um trabalho fácil - Criar um blog não é nada fácil! Não na parte da criação em si, mas na dificuldade de mantê-lo. Não são apenas problemas com templates e códigos errados, mas sim o fato de que toda semana ele precisa estar atualizado, com posts novos (mesmo com um blog que não tenha visitas). Também é necessário divulgá-lo nas redes sociais, em agregadores etc. Quem leva blog a sério, sabe que para ter um blog bom é preciso de investimento. É necessário investir em domínio próprio, cursos, publicidade, ferramentas etc. E nem sempre esses investimentos são baixos. Por isso, vale a pena se perguntar: “conseguirei seguir com esse blog ou eu vou abandoná-lo depois de um tempo?”
Com relação às vantagens, para criar um blog, não faz-se necessário ter público! Não é obrigatório ter sucesso imediato – e nem é possível! Se você fizer um trabalho de qualidade e sincero desde o início, terá grandes chances de conquistar mais leitores.
Você pode fazer o que quiser: expor a sua opinião, falar sobre o que quiser, escrever na hora em que quer, customizar da forma que quer etc. Blog não é como um jornal, limitado a dar notícias. Criando um blog, ganhamos credibilidade e conhecimento.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARBOSA, C. A. P; SERRANO, C. A; O blog como ferramenta para construção do conhecimento e aprendizagem colaborativa. 2005. Disponível em < http://www.abed.org.br/congresso2005/por/pdf/011tcc3.pdf>. Acesso em 30/09/2016 às 02h18min.
PONTES, Renata L. J.; FILHO, José A.C.; O uso do blog como ferramenta de ensino-aprendizagem por professores participantes do Projeto Um Computador por Aluno (UCA). Anais do XXII SBIE - XVII WIE. Aracaju. 2011. Disponível em < http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/materiais/0000016590.pdf>; Acesso em 30/09/2016 às 02h43min.

https://www.gerenciandoblog.com.br/2013/07/dificuldades-vantagens-em-criar-manter-blog.html

PROJETO PEDAGÓGICO: PANO DE FUNDO PARA A ESCOLHA DE UM SOFTWARE EDUCACIONAL

Capítulo 5


Resumo
INTRODUÇÃO

A autora observa que há entre estes pontos um inter-relacionamento, dada a natureza educacional do software que está sendo analisado: "características de interface mudam muito de acordo com a categoria e/ou abordagem pedagógica de um software(...) um software que tem como fundamentação o construtivismo, um feedback do tipo certo e errado, gera uma inconsistência que compromete a sua qualidade"(Rocha, 1996, p. 1).
A questão do design, suporte técnico, configurações... tem importância. Mas se tratando de software com finalidade educacional, a fundamentação teórico-pedagógica requer especial atenção. É necessário observar as características do software quanto ao público alvo, sua forma de utilização, suporte necessário ao uso de software, forma de apresentação do conteúdo, estímulo que o software proporciona, criatividade, imaginação, trabalho em grupo, nível de envolvimento e raciocínio.
O fato de se escolher um software com características "construtivistas", não garante que o seu uso pedagógico seja construtivista. Mesmo nos casos em que o software tem uma orientação teórica construtivista e que esta se revele nos recursos por ele oferecidos, a qualidade de ser "construtivista na prática pedagógica" é de responsabilidade do educador. A dinâmica de trabalho pode conferir ao software um papel significativo no processo de ensino aprendizagem, de acordo com suas metas e intenções.


RELEXÕES INICIAIS:  PROJETO PEDAGÓGICO

A palavra "projeto" vem do latim, projectu, que significa "lançar para diante". O sentido de Projeto Pedagógico é similar, traz a ideia de pensar uma realidade que ainda não aconteceu, implica analisar o presente como fonte de horizontes de possibilidades.
Compartilhamos as ideias desenvolvidas por Hernandez (1998) a respeito dos "projetos de trabalho". Para ele, os projetos de trabalho não são uma opção puramente metodológica, mas uma maneira de repensar a função da Escola, com o objetivo de corresponder as necessidades de uma sociedade em permanente mutação, cujos conhecimentos são, cada vez mais rapidamente revisados e transformados.
O Projeto Pedagógico envolve as intenções do educador, seu conhecimento a respeito dos conteúdos que pretende desenvolver, seus objetivos pedagógicos, o entendimento da realidade na qual atua, considerando as necessidades e expectativas de seus alunos, a estrutura escolar que o mantém, entre outras coisas. Um Tema pode ser uma das maneiras de dar vida ao Projeto, um modo de concretizá-lo na ação pedagógica e está mais relacionado ao contexto de aprendizagem.
“São os saberes do vivido que trazidos por ambos – alunos e professores – se confrontam com outros saberes, historicamente sistematizados e denominados “conhecimentos” que dialogam em sala de aula” (Geraldi, 1997, p 21)

O PROJETO PEDAGÓGICO: INTEGRANDO O COMPUTADOR

Anteriormente, a Linguagem LOGO resolvia boa parte dos problemas dos educadores considerados inovadores. Mas nem sempre esse uso alcançava o objetivo pedagógico. Saber integrar a Linguagem Logo a determinados conteúdos de interesse dos alunos e a outros materiais ainda permanece como desafio. Essa integração exige que o educador conheça em profundidade, tanto a linguagem de programação em si, possibilidades e limites, quanto o conteúdo que pretende desenvolver com seu auxílio.
Para que um software educativo tenha significado pedagógico ele deve permitir a integração de outros aplicativos e programas computacionais ao trabalho de Informática na Educação.
Um Projeto não nasce do nada. Ele se origina de uma situação circunstancial que precisa de soluções e que tem algumas limitações que devem ser consideradas. Projetar, portanto, implica lidar com aspectos conhecidos e outros não. O Projeto Pedagógico é, necessariamente, uma organização aberta. Organização porque procura articular as informações já conhecidas e, aberta, porque precisa integrar outros aspectos que somente surgirão durante a execução daquilo que foi projetado.
O projeto é passível de modificações a qualquer momento, é dinâmico. Qualquer modificação que se faça no projeto não é arbitrária. Os ajustes são ditados pelo aproveitamento, histórias dos alunos e pelos objetivos que se pretende atingir naquele dado momento. Ele serve de lastro, de referência, de fio condutor que evita o "acaso" e "a camisa de força". A elaboração, execução, avaliação e reformulação do Projeto Pedagógico é o que garante escolhas apropriadas no contexto da Informática na Educação.

REPRESENTAÇÃO DOS EIXOS COMPLEMENTARES



Eixo Abrangência: conhecimentos gerais, contextos.
Eixo do Aprofundamento: conhecimentos específicos. Relações significativas entre os conhecimentos. Observação detalhada sobre o objeto em estudo.
"A riqueza da alternância entre os dois movimentos está em propiciar uma observação detalhada sem que perca a dimensão do todo, possibilitando a compreensão em níveis diferenciados" (Martins, 1994, p. 2). Este é o movimento que deve permear as relações estabelecidas a partir do Projeto Pedagógico em sala de aula.
Se, por um lado, é importante que o educador trace metas viáveis, considerando as peculiaridades de seus alunos, seus objetivos e intenções, os conteúdos que pretende desenvolver e as condições de trabalho de que dispõe, por outro lado, é necessário que ele esteja preparado para analisar um software educacional. Somente o conhecimento das possibilidades e limites do programa computacional é que lhe permitirão reconhecer nele modos de uso condizentes com seu plano de ação.

A ELABORAÇÃO E EXECUÇÃO DE UM PLANO PEDAGÓGICO
Parafraseando Boff (1997, p. 9) “o educador lê com os olhos que tem e interpreta a partir de onde seus pés pisam naquele dado momento”.


Ferramentas: várias ferramentas computacionais
Parada Obrigatória: debate e discussão entre alunos e professores
Liga-ferramenta: quando o tema principal propõe auxilio de outras ferramentas computacionais. (por ex: em um texto, inserção da planilha de dados, imagens...).

REFLEXÕES FINAIS

            A reflexão sobre a ação pedagógica sinaliza o momento da introdução de novos recursos, ferramentas computacionais ou mudanças de atividades. Estes sinais são dados pela observação e análise que o formador faz das ações dos educadores durante o processo de aprendizagem. Neste nível, é necessário saber lidar com a singularidade de cada um e com as necessidades do grupo como um todo, de modo a manter o grau de engajamento dos participantes do curso.
Nas palavras de Hernández: "as escolas são instituições complexas, inscritas em círculos de pressões internas e, principalmente, externas, nas quais com frequência as inovações potenciais ficam presas na teia de aranha das modas"

Se quisermos que a Informática na Educação ultrapasse os limites do modismo, é preciso investir na transformação da Escola para que ela possa abraçar novas iniciativas, contribuindo assim, para que tais propostas atinjam, de forma significativa, a ponta do processo educativo: os alunos.