O
surgimento e a rápida evolução das tecnologias de informação e comunicação
(TIC) ocasionaram transformações e possibilidades para todos os âmbitos da
sociedade. No contexto educacional, essas tecnologias estão sendo cada vez mais
utilizadas, criando oportunidades para mudanças nas relações de ensino e
aprendizagem, “mais personalizadas, sociais e flexíveis” (Valente, 2007, p.
84).
Os
weblog (palavra composta por web, que significa página na internet, e log, que
significa diário de bordo) surgiram nos anos 90 e hoje são conhecidos
simplesmente como blogs. Gomes e Silva (2006) afirmam que “é comum encontrar na
bibliografia referências que atribuem a criação do primeiro weblogue a Tim
Berners Lee, o criador da web” (p. 290). Os autores ainda ressaltam que o termo
weblog, apesar de não haver um consenso, teria sido cunhado por Jorn Barger por
volta de 1996.
Blog,
Weblog ou blogue, pode ser definido como um diário eletrônico, sempre
atualizado, cujos posts ou conteúdos são normalmente curtos e abrangem assuntos
muito variados. Além disso, mesclam diferentes semioses como som e imagem.
Inicialmente, o gênero caracterizou-se por uma experiência pessoal, mas hoje se
encontram, por exemplo, blogs coletivos criados por pessoas que têm algum
interesse em comum. Baltazar e Aguaded (2005) ressaltam que um “aspecto
interessante deste instrumento é precisamente a forma como impulsiona a
comunicação entre indivíduos com os mesmos interesses” (p. 1).
O
blog educacional pode ser considerado como um espaço eletrônico individual ou
coletivo próprio para se partilhar informações, ideias, opiniões, materiais e
referências. Um espaço destinado à leitura e produção de pequenos textos que
podem ser comunicados, questionados e comentados por outros leitores. Esse
gênero pode ser adotado por alunos ou professores, de diferentes disciplinas,
nos ensinos Fundamental, Médio e Superior (Carvalho et al., 2006).
Silva
e Albuquerque (2009) elencam cinco categorias de blogs educacionais: blog de
professores, utilizado para publicar orientações, textos, vídeos, imagens,
animações, referências bibliográficas ou links; blogs de alunos, que funcionam
como portfólios reunindo suas produções que são utilizados pelos professores
como instrumentos de avaliação; blogs de instituições educativas, voltados à
divulgação do trabalho desenvolvido e à autopromoção; blogs de projetos
educativos, destinados à produção e socialização de conhecimentos sobre temas
específicos; e blogs de grupos de pesquisa, que são como ‘colégios invisíveis’
reunindo pessoas de comunidades científicas diversas para interlocução,
articulação de suas pesquisas, divulgação, análise de resultados e avaliação de
textos
De
acordo com Xavier (2007), as novas tecnologias de comunicação influenciam o
processo de ensino/aprendizagem, o que nos leva, no mínimo, a refletir sobre o
fato e a buscar novas práticas. Escola e sociedade não devem caminhar
separadamente. Assim, com o uso cada vez mais frequente de novas tecnologias,
os educadores devem pensar em como utilizá-las em sala de aula. Muitos pesquisadores
já perceberam o potencial do blog como uma ferramenta de ensino/aprendizagem
(Lewgoy e Arruda, 2003; Downes, 2004; Williams e Jacobs, 2004; Martindale e
Wiley, 2004; Baltazar e Aguaded, 2005; Carvalho et al., 2006; Gomes e Silva,
2006).
Após
uma pesquisa de campo realizada em novembro de 2002 e maio de 2003 com alunos e
professores, por SERRANO e BARBOSA (2005) foi constatado que a ferramenta:
1. Facilita a interação necessária para
construção do conhecimento, por mediar as relações entre os alunos. Sob o ponto
de vista da colaboração, a ferramenta permite que a aprendizagem ocorra a
partir do momento que os alunos passam a participar ativamente do processo,
como parceiros entre si e com o professor;
2. Viabiliza ao professor montar uma estrutura
que estimula a curiosidade, levando o aluno a realizar uma análise para
posterior síntese, concretizando a construção de um material coletivo que, uma
vez trabalhado em aula, resulta em um produto conjunto com elevado conteúdo,
justamente pela interação propiciada;
3. Permite que o aluno confronte diretamente
a questão, estimulando a relação de causa e efeito, ou seja, o aluno faz por si
os caminhos que o levam à reflexão e que podem conduzi-lo a uma etapa superior
do conhecimento. O aprendizado mais poderoso é o que vem da experiência direta
(Nonaka e Takeuchi, 1997), onde as pessoas compartilham experiências e,
consequentemente, modelos mentais. A externalização dos conceitos aprendidos
aconteceu, em primeira instância com a ferramenta e, em segunda, em sala de
aula, onde o aluno teve a oportunidade de estruturar conceitos, fazer
analogias, rever modelos mentais e fazer generalizações, a parte mais
importante da apreensão do conhecimento, de forma que, no futuro, ele possa
usar este conhecimento em função de cada situação com a qual se depare;
4. Funciona como um veículo de informação e
para informação, isto é, além das instruções contidas para execução das
atividades, a possibilidade da inserção de links direciona o aluno para a
pesquisa de maneira ordenada, o que reduz a ocorrência de desvios na navegação,
gerando um maior aproveitamento do tempo destinado ao estudo on-line. Tais
fatores ficaram evidenciados no uso da ferramenta em função da qualidade das
discussões em sala e profundidade dos trabalhos produzidos
Para verificar o
passo a passo de como construir um blog acesse o link <http://www.esarganil.pt/Documentos/CTIC/como_criar_um_blog.pdf>
Criar
um blog não é uma tarefa fácil, principalmente para mantê-lo. O criador terá
problemas com templates e códigos errados, precisa se preocupar com a
atualização com novos posts.
Não
é um trabalho fácil - Criar um blog não é nada fácil! Não na parte da criação
em si, mas na dificuldade de mantê-lo. Não são apenas problemas com templates e
códigos errados, mas sim o fato de que toda semana ele precisa estar
atualizado, com posts novos (mesmo com um blog que não tenha visitas). Também é
necessário divulgá-lo nas redes sociais, em agregadores etc. Quem leva blog a
sério, sabe que para ter um blog bom é preciso de investimento. É necessário
investir em domínio próprio, cursos, publicidade, ferramentas etc. E nem sempre
esses investimentos são baixos. Por isso, vale a pena se perguntar:
“conseguirei seguir com esse blog ou eu vou abandoná-lo depois de um tempo?”
Com
relação às vantagens, para criar um blog, não faz-se necessário ter público!
Não é obrigatório ter sucesso imediato – e nem é possível! Se você fizer um
trabalho de qualidade e sincero desde o início, terá grandes chances de
conquistar mais leitores.
Você
pode fazer o que quiser: expor a sua opinião, falar sobre o que quiser,
escrever na hora em que quer, customizar da forma que quer etc. Blog não é como
um jornal, limitado a dar notícias. Criando um blog, ganhamos credibilidade e
conhecimento.
REFERENCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
BARBOSA,
C. A. P; SERRANO, C. A; O blog como ferramenta para construção do conhecimento
e aprendizagem colaborativa. 2005. Disponível em < http://www.abed.org.br/congresso2005/por/pdf/011tcc3.pdf>.
Acesso em 30/09/2016 às 02h18min.
PONTES,
Renata L. J.; FILHO, José A.C.; O uso do blog como ferramenta de
ensino-aprendizagem por professores participantes do Projeto Um Computador por
Aluno (UCA). Anais do XXII SBIE - XVII WIE. Aracaju. 2011. Disponível em < http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/materiais/0000016590.pdf>;
Acesso em 30/09/2016 às 02h43min.
https://www.gerenciandoblog.com.br/2013/07/dificuldades-vantagens-em-criar-manter-blog.html